Romantasy: o que é o gênero do momento?
 



Dica de Escrita

Romantasy: o que é o gênero do momento?

Evelyn Marengo


Romantasy é a grande conversa do BookTok. Leitores de todo o mundo estão falando sobre esse novo "gênero" que conquistou os jovens, fazendo grandes questionamentos dentro da comunidade literária, como se podemos considerar essa combinação como um gênero à parte, algo novo ou que sempre existiu, etc. Se caracteriza Romantasy, ou Romantasia, para o nosso "aportuguesado", a junção dos gêneros conhecidos como fantasia e romance. Ou seja, uma história fantástica que possui elementos de um romance como centro do seu plot.



Conversando com autoras como Luana Schrader e Kátia Regina Souza, a Romantasia pode ser compreendida como "um subgênero dentro de um subgênero", tem características de ambos os gêneros, mas com a sua identidade própria. Luana diz que "Ao escrever essas histórias, preciso explorar a intersecção entre o emocional e o fantástico, visto que necessita que eu aborde tanto a profundidade afetiva dos relacionamentos entre os personagens, quanto a construção de mundos fantásticos, e consiga os mesclar de forma harmoniosa. Preciso trazer verossimilhança entre uma jovem fada e uma pessoa comum que está lendo o livro, que mesmo que essa não tenha poderes sobre-humanos, consiga se identificar com os dilemas e desejos de um ser mágico". Já por outro lado, Kátia pensa no hype em torno disso, por um lado mais editorial, pois a grande procura poderia ajudar novos autores a se estabelecerem dentro do meio literário.

Muitos associam o gênero como algo mais adolescente, mas também vemos muitos livros mais adultos. Kátia explica o motivo do crescimento de livros com essa ideia, principalmente, ao amadurecimento dos leitores e a necessidade de se espelhar aos personagens lidos, "[...] ao chegarem à vida adulta, a fantasia não bastou para prender sua atenção. A necessidade de haver romance em uma obra espelha a vida que o leitor gostaria de levar. Logo, recorrem ao Romantasy para ler sobre mulheres fortes, capazes de apaixonar-se, reforçando a ideia de que pessoas empoderadas também podem encontrar um amor."

Romantasia, assim como qualquer outro gênero, possui subgêneros com características próprias, como bem observado por Luana e leitoras como Ana Rosa Scheibe e Emily Barcellos. "High Fantasy", ou "Alta fantasia", é um dos subgêneros com os livros mais famosos, como "Rainha Vermelha" (2015) de Victoria Aveyard e "Six Of Crows" (2015) de Leigh Bardugo. Essas histórias trazem personagens sobrenaturais ou que obtêm algum poder. "Fantasia de conforto" se refere a uma narrativa centrada em personagens com ambições consideradas "simples" em um local mais familiar que gera um "quentinho no coração". Como por exemplo: "Cafés e Lendas" (2024) de Travis Baldree e "A Casa no Mar Cerúleo" (2022) de TJ Klune.

Leitoras comentam sobre como as redes sociais têm aumentado a popularidade desse subgênero, mostrando a paixão dos leitores de Romantasia. "[...] existe até essa piada, assim, que de livro de fantasia com romance, as pessoas vivem de migalhas do romance, né?", disse Ana quando questionada da importância do romance nos plots de fantasia, que quer dizer que os leitores buscam, sim, pequenos aspectos de romance dentro das histórias. Emily afirma que podemos considerar romantasy como uma porta de entrada para novos leitores, afinal a humanidade de um romance traz maior reconhecimento para o público, nascendo grandes "fandoms". Como por exemplo: "Crepúsculo" (2005) de Marissa Mayer e "Cidade dos Ossos" (2007) de Cassandra Claire.

Podemos concluir que as opiniões dos leitores ainda são divididas, mas é fácil afirmar que podemos definir Romantasia como um subgênero ou gênero, que gostando ou não, comandou um grande "boom" no mundo editorial, ganhando o coração dos booklovers.

 

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